Eu sei levantar.
É por isso que caio.
Caio ainda porque pulo.
Quando não pulo, me empurram..
E, se me empurram... Aprendo a voar!
Eu vôo, vôo alto, toco as nuvens, chego ao céu, converso com
Deus, me re-in-vento e volto.
Volto no vento, na brisa, no balanço do rio, no cheiro de
terra molhada, no entusiasmo, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença até
que um dia, se não tiver mais jeito, a morte finalmente, nos separe.
Corpo sem vida, entregue a terra vira pó.
Do pó, ao pó, ao subterrâneo, lençol freático, chega ao rio,
desce as corredeiras, enfrenta a enchente, na vazante vira humos, fertiliza a
terra, acolhe a semente, retorna a vida, transforma-se em pólem levado pelo
vento e no vento... Volto!
Eu sou eterna.