segunda-feira, 20 de dezembro de 2010

1ª RÚSTICA AIMORÉ RANGEL

No dia 19, em Tupanciretã, noroeste do Rio Grande do Sul, foi realizada a 1ª Rústica Aimoré Rangel! Meu pai! Fiquei emocionadíssima com a homenagem. Ele realmente fez por merecer! O agradecimento foi lido pela D. Hebe durante a solenidade de abertura, logo após o agradecimento em nome da família toda. Obrigada D. hebe! Sempre companheira e amiga!

Não foi fácil escrever... Surgiram tantas lembranças na mente que logo transbordou e chegou ao coração que doeu, doeu, doeu... Ahhh que saudade daqueles domingos... Do churrasco.. Saudade até da minha mãe brigando por causa do tênis chulezento que papai usava pra correr... Que saudade de ter de novo aquelas tranças compridas e da cara feia que eu fazia quando ele pedia que eu guardasse o bendito tênis!

( choro de novo)...

Lembranças doem! Mas, misturadas ao orgulho que sempre senti do meu amado pai me inspiraram a escrever.

Ahhh, se eu soubesse quanto tempo nos restava...





Ainda me lembro do tempo em que essas ruas eram cobertas por pedras , sem asfalto, sem muitos carros por onde um homem alto, forte cruzava correndo, seguindo religiosamente o seu percurso desde o frigorífico até o hospital Brasilina Terra. Avenida Rio Branco, Vaz ferreira, às vezes pela Bortolo Fogliato.
Usava um abrigo surrado e um tênis velho que ele não trocava mesmo que tivesse um novinho na caixa. Acredito que aquele era o tênis da sorte!
Nos dias de corrida... Roupa nova! Mas, o mesmo tênis!
Pela rádio ouvia a voz do locutor narrando a largada... O percurso... E principalmente a chegada! Muitas vezes corri pra chamar minha mãe, alegre e satisfeita porque tinha ouvido o nome do MEU PAI em primeiro lugar. Cada medalha, cada troféu era comemorado com festa ao chegar em casa. Ele tinha uma coleção de medalhas! E nós, um imenso orgulho desse homem.
Essa é uma das boas imagens que guardo do meu amado pai. Que pra nós sempre foi e sempre será o grande vencedor da imprevisível corrida da vida.
Uma rústica que ele percorreu sem nunca reclamar de cansaço embora, esse percurso tenha guardado grandes obstáculos e até alguns tropeços.
Hoje é um dia de corrida... Pena que ele não esteja se aquecendo para mais um desafio... Adoraria vê-lo chegar com mais uma medalha no peito... Mas, certamente, em cada um de vocês ( corredores,) ao cruzar a linha de chegada, um pouco dele estará pulsando nos seus corações acelerados, na respiração ofegante e no cansaço inerente aqueles que literalmente correm em busca de fazer o melhor que puder.
É assim, que lembro do meu pai, é assim que seu Pango, Aymoré Rangel, hoje é lembrado e a sua lembrança ficara viva enquanto houver iniciativas como esta e corredores pelas ruas da minha Pampa querida, Tupanciretã!
Nosso sincero agradecimento.
“Olhos abertos, o longe é perto e o que vale é o sonho”