sexta-feira, 17 de maio de 2013

ETERNA





Eu sei levantar.
É por isso que caio.
Caio ainda porque pulo.
Quando não pulo, me empurram..
E, se me empurram... Aprendo a voar!
Eu vôo, vôo alto, toco as nuvens, chego ao céu, converso com Deus, me re-in-vento e volto.
Volto no vento, na brisa, no balanço do rio, no cheiro de terra molhada, no entusiasmo, na alegria, na tristeza, na saúde e na doença até que um dia, se não tiver mais jeito, a morte finalmente,  nos separe.
Corpo sem vida, entregue a terra vira pó.
Do pó, ao pó, ao subterrâneo, lençol freático, chega ao rio, desce as corredeiras, enfrenta a enchente, na vazante vira humos, fertiliza a terra, acolhe a semente, retorna a vida, transforma-se em pólem levado pelo vento e no vento... Volto!
 Eu sou eterna.

ÀS VEZES...



Às vezes, me sinto tão pequena quanto um grão de mostarda.
Às vezes, me sinto tão grande quanto um elefante.
Às vezes, me sinto leve como uma pluma e outras pesada como o chumbo.
Às vezes, me sinto tão feliz e às vezes tão triste.
Às vezes, me sinto tão capaz, capaz até de transpor as maiores barreiras.
Às vezes, não sinto nem coragem de levantar da cama.
Às vezes,  me sinto...
Às vezes não.